Escrevi em pensamentos para traduzir em palavras a beleza no céu desta tarde na varanda solitária.
Entre as minha primeiras palavras quando bêbê está, passarinho.
E toda manhã que eu estive com meu avô eu acordava querendo ver os pássaros, ele sempre me atendia com muito afeto.
Guardo essa única e comovente memória desde que ele se foi.
Fiz deste gesto um hábito, toda vez que olho para o céu e observo os pássaros se ajudando em vôos coletivos. Essa beleza me alimenta a alma.
Hoje meu olhar acompanhou tão solitário quanto o pássaro que sobrevoou o mar, com a calma de planar suas asas embalado pelo vento.
Observei também as nuvens que me dizem tanto.
Ontem meu pai me disse que observava da mesma maneira que eu as nuvens e suas formas, olhei para ele, e sorri ao som dos beatles.
Este sempre foi nosso universo, desde que ele deixou minha mãe.
Chegou a minha vez de voar, de coração aberto, e lágrimas nos olhos.