segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Casa


Saudade das montanhas, e do ventinho frio.
Mãe, me espera para um abraço?

sábado, 28 de agosto de 2010

Acaso

Acordei ainda acelerada pela música de ontem, e pensando no toque das suas mãos que me assustam e me afagam o rosto, os olhos e a alma.
Foi o acaso, mas o que seria o acaso?
Não encontro palavras, prefiro o silêncio, que é tomado de imaginação, mistério, e cores que só sei ver quando fecho os olhos e sinto o vento bater.
Reciclei os meus sonhos e em pouco tempo, meu mundo se renovou, incrívelmente rápido como correm as grandes metrópoles.
Pensei em andar pela lagoa e olhar o sol ao som de um jazz ou bolero para acalmar, nos meus passos dançar uma sincronia alegre de esperança e solidão.
Meus dias de sol ao lado do cristo me devolveram a felicidade que um dia me abandonou.
Foi assim, o teu sorriso completou o meu abraço.

domingo, 22 de agosto de 2010

Paraíso

Pegue a chave perdida no passado, e abre a tua boca. Cospe e grita o que não foi dito, o que me foi omitido, o que me foi arrancado durante meu coma.
Volto com a sede de quem atravessou a seca de um país pobre e miserável, governado por quem não sente o nobre sentimento que chamamos de compaixão.
Agora se cale e mantenha aquele silêncio maldito, que insiste em me perturbar. Não fala nada, porque talvez o nosso amor não foi feito para viver de fato.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Amigos


Encontamos um sorriso, muitos pulos e diversão.
Ele estava lá esperando a chegada do seu novo amigo.
Em um tom de cinza e orelhas bem compridas, tinha detalhes azuis tomados de pequenas bolinhas brancas.
Nasceu assim um amor puro, infantil e inquieto.
Atentos olhos de uma mãe, que ainda sente a dor da perda de um outro filho que se projeta, a acalenta, e renasce nos pequenos olhos do menino, e que apesar da dor da perda, consegue arrancar sinceras gargalhadas e imensos sorrisos do rosto dessa mãe.
Deve ser providência dos céus, a ilusão de uma vida que se acaba, e de uma outra vida que surge para amenizar o sofrimento de quem ainda tem muito amor para oferecer.
-"Boa noite, faltou te dar um beijinho".
Agora, todas as noites ainda dói, lateja a falta desse beijinho.

sábado, 14 de agosto de 2010

Antiguidade

Em uma caixa de sapato, guardo as melhores imagens de um tempo que éramos mais livres, pintando em preto e branco alegrias sonoras.
A pouco estranhei sua presença e pensei em me perder do nosso caminho, até que a presente distância da sua companhia sufocou o nosso silêncio.
Um suspiro de um amor que não se explica, e que vive nas entrelinhas e nos olhares cotidianos, porque insiste em me lembrar que nada mais tem sentido sem o seu abraço?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Disco

Deixa vir a noite, abre a janela do carro,
finge essa alegria contida em teu peito,
grita ao vento o amor reprimido que habita sua alma.
Fecha os olhos e beija sem sentir.
Por enquanto, aproveite essa felicidade líquida, volátil e falsa, que insiste em nos provocar.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vida

Depois do frio e das nuvens, o azul do céu voltou a reinar absoluto, e assim nasce um sorriso solto e leve.
Me leva para qualquer lugar onde eu possa ver o sol, me embala em um romantismo ridículo, beija os meu olhos, e me faça rir de uma das suas caretas patéticas e amáveis.
A tristeza entrou num trem qualquer e disse que ainda vai voltar, então vamos aproveitar enquanto a noite vem, feliz e reluzente de pequenas estrelas.
Deixa agora os sorrisos fáceis e os ventos de alegria nos levarem, para qualquer lugar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Nostalgia

Recordo me bem de um passado cheio de alegria, e era tanto amor que não cabia em um só lugar, precisavamos gritar para o mundo que haviamos nos encontrado. A cidade parecia pequena, e havia uma certa urgência em viver tudo o que parecia um sonho, poderíamos acordar em qualquer momento.
E foi eterno esse tempo que já passou, depois de ter acordado,eu não aprendi a dizer adeus...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Para sempre

Eu não sei se perdi aquela paz que encontrava em seu abraço, ou se ela se perdeu, talvez deve estar vagando por aí em outros abraços que não o nosso, antes pareciamos tão únicos.
Estou sem reação, e com uma mágoa no peito que desejo me desfazer dela, como jogar papel no lixo. Assim simples e rápido.
Já não sei mais se é amor ou vaidade do meu coração, eu sei é que ando pensando no que é preciso para não quebrar a jura tão eterna do nosso para sempre.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Menininha

Talvez eu ainda tenha essa careta de menininha querendo fazer arte. E eu bem que levei a sério essa história de arte, deve ser pelos gritos intermináveis de minha mãe mandando eu parar de inventar "moda".
Sou , de fato, teimosa e resolvi aprender moda, estudar moda e pretendo assim o fazer enquanto vida eu tiver.
Eu vivo mesmo apaixonada pela minha vida e pelos que me cercam, e o meu mundo é amor, mesmo que seja careta ou sentimentalista demais, eu sou feita disso tudo.
E é por isso que eu estranho quando me falta o seu amor. Eu voltei a sorrir, porque aprendi que o sol pela manhã me faz tão feliz quanto as suas mensagens de amor.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pai

De minha mais doce memória, guardo os passeios de carro ao som do nosso rock´n roll, que eu herdei de você de corpo e alma. Adimiro a sua escolha de viver aqui no Brasil, só para ver eu e minha irmã crescer.
A vida é cheia de surpresas, e volto ao passado para pintar e descrever um daqueles momentos que se eternizam pela doçura e poesia que acontecem.
Era sempre assim, todas as manhãs de domingo quando embalava meu carrinho de bêbê com minha risonha irmã "empulerada" atráz. Assim caminhávamos os três, provocando encantamento por onde passávamos, e o seu olhar exibia orgulhoso suas duas meninas, e os carinhos que continuam infinitos até hoje. E é por isso Pai, que a sua ausência no porta-retrato da sala não me encomoda mais, porque no fundo eu sabia que não seria a separação da mamãe, que te levaria daqui.
E teve uma vez a pouco tempo que eu te vi chorar, e diante das suas lágrimas eu agradeci a Deus por ter te escolhido para ser meu pai.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Luz

Ja não me resta mais tempo, e a noite caiu, fria e escura...
Ainda continua vazio o seu lugar.
Apenas sua luz insiste em me guiar e me iluminar. Não venha me dizer para ir embora, não agora que meu corpo se nega a aceitar.
A vida que eu tinha, transformou-se em outra, e em cores vivas e raios de sol, pega a minha mão e dança comigo, não fala nada.
Por enquanto, isso me basta.