
E começa a rotina das manhãs de sábado.
Agora ainda com mais paixão pela música.
Cumprimos juntas o compromisso da companhia e dos sorrisos e lágrimas ao som das nossas canções.
Este é o cenário que me fortalece a alma e consola o meu coração.
Lembramos juntas, com palavas ocultas e veladas pelas notas da triste canção.
O seu violão já não toca mais, ele se prendeu no porta retrato do móvel da sala, junto ao seu peito, com um sorriso contido de tímido como costumava ser.
Eu guardo as lágrimas no olhar e acalento a saudade ouvindo o que você costumava tocar.
O silêncio me tortura, aumento o som para sentir a música, que foi sua vida e que tanto alegrou a minha e de minha mãe.
Mãe que chora todos os dias a ausência das canções que um dia ouviu sorrindo nos teus olhos.
Escrevo sentindo que de algum lugar você pode me ler, e sentir a falta que faz aqui na terra.
É que o amor fica além da vida, isso eu aprendi com você.
Eu queria agradecer por cada nota, de cada canção que eu cresci ouvindo pelas madrugadas do sofa da sala.
Me sinto órfã de um pai, que mesmo ausente me faz feliz.